quinta-feira, abril 21, 2011
Porque a equipa vem em primeiro lugar
Artigo da Autoria de Miguel Tavares in www.basketpt.com
Desde que me lembro que a posição de base é a que maior fascínio me provoca de entre as existentes no jogo de basquetebol. Michael Jordan à parte, os meus jogadores de eleição sempre foram os "generais em campo", os "maestros", o "prolongamento do treinador dentro das 4 linhas".
Gosto, particularmente, daquele tipo de bases que primeiro pensa nos seus colegas de equipa e não em si próprio. Gosto dos bases que conseguem que a equipa jogue no seu melhor sem que para isso necessitem de lançar muitas vezes ao cesto. Gosto dos que preferem uma assistência a um lançamento! Não me entendam mal: hoje em dia é fundamental que um base saiba lançar ao cesto, principalmente de média e longa distância, e é igualmente importante que saiba criar o seu próprio lançamento - por vezes, essa é a melhor opção para o sucesso da equipa. Saber quando passar e quando lançar, é uma das grandes virtudes de um bom base, mas prefiro o tipo de jogadores da posição 1 que em primeiro pensam em assistir, e só depois em lançar.
E quando penso na realidade do basquetebol português há um nome que surge imediatamente no meu pensamento e que se enquadra quase na perfeição na breve descrição anterior: Nuno Manarte, o veterano base da Ovarense Dolce Vita.
Com 7.2 assistências por jogo o capitão dos Vareiros foi, sem surpresas, o líder deste ranking. Revelando uma grande consistência ao longo de toda a Fase Regular, um dos momentos altos da temporada deste jogador de 35 anos chegou na Jornada20 da Liga Portuguesa de Basquetebol, quando Nuno Manarte registou 17 assistências para a sua conta pessoal, num desafio frente aos bicampeões nacionais, o SL Benfica.
Ao ver um jogo de Nuno Manarte é possível encontrar quase todas as características de um grande base: liderança, comunicação, controlo do tempo e ritmo de jogo, conhecimento dos seus colegas de equipa, capacidade para colocar a bola no jogador que está a atravessar o melhor momento na partida, perceber a debilidade da defesa contrária. O capítulo do lançamento exterior é, provavelmente, a grande lacuna no jogo de Manarte - acredito que com uma boa capacidade de tiro de longa distância, o capitão da equipa de Ovar teria sido uma das grandes figuras entre os bases portugueses da última década.
Lembro-me que há uns anos também o Prof. Orlando Simões escreveu um texto onde elogiava as capacidades de Nuno Manarte. Reconhecer as qualidades deste base tornou-se fácil nos últimos tempos, e os jogadores dos escalões de formação poderão aprender bastante ao ver jogar o #7 da Ovarense Dolce Vita. E tendo em conta que no plantel às ordens de Mário Leite também está um promissor base, esperemos que o jovem José Barbosa consiga absorver ao máximo os ensinamentos diários que o seu capitão de equipa terá para lhe dar.
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